domingo, 11 de maio de 2014

Borboletas Nuas

Em nossa sociedade o corpo é um tabu, mas temos escolha. Sempre temos escolha.

Gleice por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André SP 03/2014

Podemos ficar apáticos em relação às coisas que já estão dadas e bloqueadas de nossas visões. Podemos agir a favor das ideias hegemônicas, sendo mais um olho da moral e bons costumes e literalmente ou não denunciar qualquer movimento fora do comum. Podemos também lutar para quebrar a parede invisível que nos vai sendo colocada durante nossa gradual imersão nessa sociedade maluca e nos impede de ver as coisas com clareza e, consequentemente, chegar a conclusões próprias.
Trindade/RJ 12/2013 
Allison por Máscaras Despidas - Nudifique!
Trindade RJ 12/2013

Nós do projeto optamos por desconstruir aos poucos, a passos de formiguinha, as ideias impostas social e moralmente. Não é uma tarefa fácil, bem como sabemos que não alcançaremos nada sozinhos. Não temos a intenção de mudar o mundo e ganhar os créditos. Talvez daqui a algum tempo ninguém mais se lembre de nosso trabalho, mas teremos tido a chance de abrir um pouco o campo de visão de uma pessoa, e essa pessoa de outra pessoa. E essa outra pessoa talvez um dia tenha um filho e o crie com um campo de visão um pouco mais aberto. Neste momento, Máscaras Despidas - Nudifique! será uma expressão completamente desconhecida, mas restarão resquícios que nossas ideias ecoando pelo mundo.

Caio, Julia e Bianca por Máscaras Despidas
Santo André SP 04/2014 
E baseando este texto na conhecida frase da Teoria do Caos, deixamos aqui a demonstração de um ideal coletivo que está se erguendo. Não estamos sozinhos, só estamos espalhados. Juntos somos sempre mais fortes!

"Algo tão pequeno como o bater das asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo" - Teoria do Caos
Fabi por Máscaras Despidas - Nufique!
São Paulo SP 04/2014
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Para maiores informações ou participar do projeto e contar sua história com o próprio corpo, envie um e-mail para mascarasdespidas@gmail.com, informando seu nome completo, idade e localização.
Nudifique!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Correria para a Exposição!

Convidamos todos à I Exposição Máscaras Despidas, que ocorrerá domingo, 27/04, na Casa da Lagartixa Preta (Rua Alcides de Queirós, 161 - Santo André - SP), à partir das 13:30!

Douglas, Victor e André por Máscaras Despidas - Nudifique! Santo André - Jan 2014


Informamos que havíamos pensado em viabilizar a prática de naturismo (nudismo) a partir das 15h, no entanto achamos melhor ver no dia com as pessoas que estiverem participando da exposição se a prática é viável ou não.

À partir de 16h ocorrerá a roda de conversa: Naturismo e Veganismo lado a lado. Gostaríamos de explorar um bate papo que una os dois temas que têm muitos pontos em comum!

Gleice por Máscaras Despidas, Santo André - Fev 2014
Estamos numa correria do cão, amigos!
Não está nada fácil administrar o tempo para realizar tudo o que queremos para a Exposição!
Esperamos que gostem do que estamos preparando!




sábado, 22 de março de 2014

Desculpa! (e novidades...)

Companheiros de caminhada, temos estado um pouco distantes, sabemos disso e sentimos muito mesmo!
Gostaríamos de pedir desculpa pela ausência aqui no blog e no Facebook nas últimas semanas, infelizmente o tempo não tem sido muito nosso amigo!

Mas também gostaríamos de dizer que todos os dias estamos maquinando as novidades do projeto!
Uma delas é a nossa primeira exposição física que está sendo organizada! Por enquanto não podemos dar maiores informações, mas preparem-se, pois logo divulgaremos detalhes!

Por enquanto, uma foto inédita para relembrar cada ensaio publicado e botar um fogo nessa exposição!

Ensaios

Participantes do ensaio: Carol e André
Local: Santo André (SP)
Data: Dezembro de 2013


Participantes: Allison e Mariana
Local: Trindade - Paraty (RJ)
Data: Dezembro de 2013


Participantes: Douglas, Douglas, Victor, Carol, Juliana e André
Local: Santo André (SP)
Data: Janeiro de 2014



Participante: Gleice
Local: Santo André (SP)
Data: Março de 2014



Essas não são as melhores! São só para vocês conhecerem um pouco mais dos ensaios!
Abraços pelados a todos!


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Para mais informações ou participar do projeto e contar sua história com o próprio corpo, envie um e-mail para mascarasdespidas@gmail.com, informando seu nome completo, idade e localização.
Nudifique!

(Fe)mininas - Meninas de Ferro (por Jessica Toniatti da Silva)



Douglas, Juliana e André por Máscaras Despidas - Nudifique!

Santo André- Jan 2014

Estar no projeto nos faz observar construções sociais na prática.
As bases morais da nossa sociedade encontram-se nos costumes cristãos europeus da Idade das Trevas. As mulheres, ainda hoje, são divididas entre as "de casa" (as "de família") e as "da rua".
Presenciamos atitudes machistas e moralistas em relação ao corpo da mulher e o controle do mesmo. Observamos o quanto a mulher ainda é considerada propriedade do homem: ora do pai, ora do namorado, marido, homem possuidor.
Num primeiro momento fiquei surpreendida com a disparidade entre pessoas do sexo feminino e masculino que enviam e-mail para participar do projeto. São muito mais pessoas do sexo feminino. O motivo de minha surpresa foi pensar que o fato de a mulher sofrer uma opressão muito maior não somente em relação a mostrar o corpo, mas padronizá-lo a formas e manequins utópicos, restringiria a participação destas em um projeto de exposição corporal. No entanto, com uma leitura um pouco mais profunda do tema, percebemos o outro lado.

A todos os momentos somos reprimidas. Reprimem nossa risada, nossos desejos sexuais, nossas vontades, nosso cabelo, nossas barrigas, nossos pelos, nossas bundas naturalmente cheias de celulites, estrias, varizes. 
Reprimem nossas histórias quando valorizam peles lisas e sem marcas ou rugas, mesmo que para isso precisemos usar máscaras como as maquiagens e os cremes milagrosos. Reprimem nossa naturalidade quando nos fazem pensar que é aceitável  e extremamente necessário que arranquemos todos os pelos do corpo com puxões e cera quente, o que causa considerável dor. Reprimem nossa angústia e medo de uma agressão, um assalto, um estupro na rua. Fazem isso com a maior das naturalidades, questionando o porque de uma delegacia somente para a mulher ou existir uma Lei Maria da Penha e não uma João da Penha.

Douglas, Victor, Douglas, André e Juliana por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André- Jan 2014
As repressões iniciam na infância: primeiro aprendemos que mulheres femininas são as melhores e nos convencem de que vestidos são a própria feminilidade. É só colocar um vestido e os pais vibram. Depois nos ensinam que não podemos sentar de pernas abertas e lá estamos nós, querendo conquistar olhares com os saiotes e não podendo participar de algumas brincadeiras porque estamos de vestido. Mal sabemos nós que mais pra frente vão culpar nossa escolha desta vestimenta pelos abusos diários.
Na escola, durante a adolescência, sempre tinha a menina que ficava com todo mundo. Vaca, corrimão, fácil, vadia. Eu também repetia com o fervor de uma fanática crente em uma cultura única que desceu pela guela: esse menina não vale nada! Essa é a fase na qual aprendemos que mesmo querendo, não podemos ir atrás. Ele tem que ligar, xavecar, fazer o papel principal. E nós devemos "nos fazer de difíceis", pra ele lutar antes de conseguir algo. Só assim seríamos valorizadas: reprimindo desejos de antemão.
Aí depois vem o trabalho: as piadinhas machistas. Não importa quantas páginas tem seu currículo, basta ocupar um cargo importante numa empresa, sobretudo os que geralmente são ocupados por pessoas do sexo masculino como engenheira elétrica, cientista da computação, analista de sistemas. Basta estar lá para começarem a mencionar sobre seu caso com o chefe. Se ainda não tem, um dia vai ter.

Enfim, somos reprimidas o tempo inteiro, em cada canto de nossos dias. Penso que esse grande contingente de pessoas do sexo feminino que vêm querendo participar do projeto está relacionado à única oportunidade que estas têm de mostrar seus corpos sem medo. Somos artistas, mostramos nossa arte, mas lamento que o corpo, sobretudo feminino, só seja bem visto se for com nome de arte. O corpo por si é uma obra de arte: cada curva e perfeito funcionamento de tudo. Isso é arte natural, não deveria ser reprimida ou mal vista. Assim como o corpo do homem, é claro, que é tão belo quanto!

Talvez por isso elas nos procurem mais! E queremos muito mais! Queremos as gordinhas, as vesgas, as enrugadas, as magrelas, as pançudas, as peludas. Nosso alvo são as que dão gargalhadas, choram, têm inseguranças. Queremos mulheres reais, que acordam com bafo e têm espinhas! Queremos aquelas que buscam amar-se num ato de resistência a essa maluquice toda!

Juliana e André por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André - Jan 2014
Parabéns a todos pelo grande ato de resistência e coragem ao despir-se e entregar-se! Sobretudo às mulheres!

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Nudifique!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Estar leve (por Jessica Toniatti da Silva)


Carol, por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André - Jan 2014


Estar Leve

Depois de um dia quente, cheio de olhares cansados no trabalho e no transporte público, abro a porta de casa e respiro fundo! O cheiro do lar. Uma mistura de prazeres e lembranças que confortam e recebem meu cansaço.
Vou entrando e tirando do bolso a carteira, que contém letras e números para me identificar a uma legislação. Conjuntos alfanuméricos que falam sobre a minha origem e podem acessar fichas e registros os quais minha memória sequer soube um dia.
No mesmo canto jogo o celular: um meio prático de controle e domínio. São evitados os lugares que não têm sinal de celular, pois a qualquer momento alguém pode tentar se comunicar comigo. Mas afinal, que informação espero a qualquer momento? Por que essa ansiedade para comunicar e compartilhar informações?
Caminho um pouco para dentro do aconchego, sento no sofá e tiro os sapatos e meias. Estico e estralo os dedos, alongo o tornozelo e panturrilha, tão maltratados pelo formato e altura do salto novo. Liberdade para meus pés sentirem a temperatura e textura do chão. Espreguiço as pernas que ficaram tantas horas congeladas e atrofiadas na cadeira do escritório.
Carrego os sapatos nas mãos sentindo os pés no chão frio até chegar ao quarto, onde paro em frente ao espelho e tiro os brincos, colares e pulseiras, folheados ou imitações de ouro e prata. Massageio o lóbulo da orelha para relaxar do sustento diário do peso das bugigangas que a faço carregar. Bugigangas que me colocam em um patamar o qual não sei ao certo se possuo, pertenço ou aspiro ou nada.
Tiro a calça e a calcinha, que apertam exatamente onde ficam paradas as tortas de maçã que minha mãe faz aos domingos. Bem ali, onde encontra meu prazer semanal, que deve ficar sempre escondido com o fim de ostentar uma qualidade de vida que mal tenho tempo de planejar. 
Alivio também o calor da blusa e o aperto do sutiã, do qual não posso me livrar na maior parte do dia pois é dentro dele que devo me encaixar. Dentro do tamanho padrão das melhores marcas e modelos. O que fica para fora é o que sobra, o que não deveria existir, portanto é onde mais é apertado e escondido. Inspiro fundo, fecho os olhos e sinto o ar finalmente preencher completamente meus pulmões.
Vou até o banheiro e passo com delicadeza o algodão embebido em desmaquilante seguido de um pouco do creme de limpeza profunda. Aos poucos me recordo das noites mal-dormidas em busca de algum filme ou companhia para tirar a mente dos compromissos. Lembro também da alimentação pobre que me tira o brilho da pele. Aos poucos meu rosto empalidecido e cansado aparece entre um algodão e outro.

Tomo um banho morno, renovando as energias trocadas negativamente. Olho minhas mãos desmunidas de tecnologias, só eu e meu corpo, sem efeito de luz ou cor. As marcas da roupa apertada começam a desaparecer e dar espaço a um conforto relaxante. Aceito minhas próprias formas e tendências.

Ao sair do chuveiro, não me visto, olho pela janela do apartamento as formiguinhas trafegando imersas em seus propósitos e sonhos. E caminham, levam de lá pra cá, daqui pra lá, sem nunca chegar a lugar algum.
E num ato de coragem, olho-me no espelho. Cada detalhe, curva e marca. 

Aqui, agora. Esta sou eu.
Nudificada.


Por Jessica Toniatti da Silva (blog da autora)

Victor Faria, por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André - Jan 2014


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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Dependência (por Jessica Toniatti da Silva)

André, Victor, Douglas e Douglas, por Máscaras Despidas 
Santo André / Jan 2014

Dependência

O estudo da história das atividades humanas na terra indicam que até que não foram dominados a agricultura e o fogo, sua vida nômade foi inevitável. Era necessário que fugisse-mos dos períodos de estiagem, do frio ou calor intenso. A espécie era completamente dependente de fatores externos adequados para um bom plantio, caça e pesca, pois as adversidades climáticas poderiam dizimá-la.
Outro fator que fazia com que o homem fosse dependente do nomadismo, era o uso das terras que, em algumas regiões, eram férteis durante os primeiros plantios, porém quando deixavam de ter os nutrientes necessários para um bom cultivo, passavam a ser inutilizadas, criando a necessidade de busca por outras terras.

O avanço tecnológico possibilitou ao homem dominar o mundo ao seu redor. Com o descobrimento de adubos, pode suplementar terras já inférteis. Com o domínio do fogo, pode preparar alimentos que não poderiam ser digeridos em sua forma crua. Isso sem contar as diversas formas de domínio da natureza, como o estudo da botânica e dos animais, que possibilitaram o transporte, comunicação e a criação de uma medicina, tão essenciais para o desenvolvimento humano.

De alguma forma, o homem deu um salto em relação a outros animais ou outros períodos de sua própria evolução. Desenvolveu uma sociedade e uma cultura, que se comunicam de forma interdependente. Aos poucos foi criando padrões mínimos para uma vida humana, os quais nos separam da selvageria instintiva dos outros animais. Fomos entrando em uma dinâmica menos natural, mais construída.

Em meio a estas construções, pudemos observar algumas interessantes, que facilitaram em altos níveis o tal do progresso. Em contrapartida, muitas dessas facilidades encontradas, acabaram gerando outros problemas complexos e ainda não solucionáveis. Para que o homem atravessasse a galáxia foram criadas naves espaciais e foguetes, no entanto, perdemos o fôlego para ir até a padaria da esquina pois estamos muito adaptados aos automóveis, criando termos como obesidade infantil ou espaço fitness. Enquanto estudamos diversas fórmulas matemáticas e desenvolvemos máquinas cada vez menores que realizam operações extremamente complexas, conhecemos cada vez menos nossos corpos e seu funcionamento de acordo com as leis da natureza, dependendo de um especialista e ou alguma substância a cada vez que as coisas saem do eixo, sem sequer saber o que isso ou aquilo significa.

Com todas as tecnologias e facilidades que cria, a humanidade se afasta de si, do seu semelhante e de sua própria existência. Esquece de prestar atenção ao que sente e prefere escutar o que os meios midiáticos e especialistas em fórmulas gerais e padronizadas têm a dizer. 

Se antes de dominar a tecnologia dependíamos do que a natureza nos oferecia para podermos traçar nossa sobrevivência, hoje a tecnologia nos domina, dependemos desta, de forma a definir nosso padrão e qualidade de vida. 

Naturalmente o homem é um ser de progresso e vamos, a passos de formiguinhas, conquistando nosso espaço, mas nos esquecemos que nossa espécie se manteve por muitos milhões de anos sem as comodidades e rituais que pensamos ser tão necessários hoje.

Tirar a roupa não somente para refrescar um pouco, mas por um ato de coragem, rebeldia e retorno à ligação com outros seres naturais, com nossos antepassados. Liberte-se do que te prende, seja lá o que for!

E outro dia discorro mais acerca da padronização dos corpos e das vidas: as fôrmas nas quais a gente se faz caber para atender uma demanda que a gente nem sabe de onde vem. Mas aí já é outra história...

Texto por Jessica Toniatti da Silva (Blog da autora)

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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A nudez das coisas (por Leandro Stunti)

Douglas por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André SP Jan/2014
A nudez das coisas
Querem me dizer que o nu é vergonhoso! Afinal, o que é estar nu?
Nu é estar sem roupas? Por isso é vergonhoso?
Nu é quando compramos uma roupa nova e a tiramos da embalagem, deixando essa peça nua, sem nosso corpo?
Nu é quando tocamos nosso instrumento fora da sua capa? Afinal ele está nu, sem vestimentas.
Tirar a embalagem de um chocolate é deixá-lo nu, exposto, como realmente foi feito.
Uma pedra não se cobre, permanecerá nua, surgiu nua, está nua.
Então para mim todas as coisas estão nuas, somos nós quem insistimos em cobrir para descobrir depois.
O prazer está na descoberta e não no nu.
O nu é parte de quem somos e de todas as coisas.
Não há vergonha em nossos corpos, nossas partes, nada a esconder, nada de que se envergonhar.
Nada que deva ser escondido, coberto para ser descoberto.
Todas as coisas são nuas, têm que ser.
tudo belo e sincero, assim é: a nudez das coisas.
E para você: o que é estar nu?

Para participar do projeto e contar sua história com o próprio corpo, envie um e-mail para mascarasdespidas@gmail.com.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Natural (por Mariana Justino)

Carol, por Máscaras Despidas - Nudifique!
 Santo André SP / Dez 2013


Lindo texto que uma participante do projeto nos dedicou carinhosamente!

Natural 
Quinze dias de água salgada,
a pele é vermelha pelos sorrisos do Rei Sol
Nos despimos para nos conectar com a natureza
Desvirginando mares e cachoeiras
A beleza nua do Sapiens transformada em arte numa brincadeira de desafios e auto-conhecimento
Meu corpo se liberta, transformando tabus em expressão
O ano é novo e coberto de novos rumos e horizontes
Descubro-me crua
Simples e sincera...
Nudificar é poetizar a natureza fazendo das minhas curvas os versos mais bonitos
Estar só é estar livre e em paz.

Texto por Mariana Justino (em Meu Balaio Meu - Natural)

Agradecemos o carinho, a participação e a colaboração, Mari!
Paz e belas nudificações a todos!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Conhecimento. Reconhecimento. Auto-conhecimento. Consciência.

Victor Faria, por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André SP / Jan 2014

Muitas vezes dedicamos mais tempo estudando as estrelas do que conhecendo nossos próprios corpos. Estar nu é estar livre do que te prende desde a infância, quando não gostamos de colocar roupas e pouco a pouco nos convencem de que devemos viver assim. Aí acabamos  nos prendendo dentro de panos que nos padronizam e essa prisão em que nos colocamos é tão forte, que passamos a não viver sem ela, sentir-nos estranhos quando estamos sem e delimitando momentos, como o banho, e companhias que podem compartilhar este momento, como parceirxs sexuais.
Mas por que transformar a simplicidade de estar na companhia de si em algo tão incômodo? Por que não aproveitar momentos de descontração para sentir o Sol, a Lua, o vento em cada parte dos nossos corpos?

Experimente: tire a roupa e olhe em um espelho. Veja cada parte do seu corpo, lembre das histórias de cada marca que carrega nele, aperte, puxe, toque. Vire de costas, de lado, olhe tudo! Conheça-se!
Quando olhar para o seu corpo, tente identificar o que gosta ou não nele. Você corre o risco de confundir o que você gosta com o que a sua cultura te faz gostar, então quando fizer isso, feche os olhos e sinta seu corpo, tudo o que nele te agrada os sentidos mais profundos.

Depois disso, experimente também realizar atividades cotidianas sem as roupas que te prendem e escondem. Cozinhe, lave a roupa, regue as plantas, fale ao telefone, use a internet, leia um livro. Sinta a textura das coisas que te cercam, afinal, as mãos e rosto não são as únicas partes do corpo com as quais podemos explorar nosso tato.

Descubra-se deixando de cobrir-se! Divirta-se!
Nudifique!

Para participar do projeto, envie um e-mail para mascarasdespidas@gmail.com.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

André Sereno por Máscaras Despidas - Nudifique!
Santo André SP / Dez 2013

Não há nada de vergonhoso em nossos corpos que deva ser escondido!
Alegria é uma característica tipicamente infantil que vamos perdendo ao longo dos anos, enquanto nos adaptamos a uma sociedade com tantas cores nas roupas e sem brilho nos olhos.

Nudificar é escolher a naturalidade.




Para participar do projeto, envie um e-mail para mascarasdespidas@gmail.com.

domingo, 12 de janeiro de 2014

 
Luz Del Fuego

Uma visionária. Já na década de 40 trouxe para o Brasil polêmicas atuais, como feminismo e vegetarianismo. Foi a pioneira, em território nacional, a falar sobre a filosofia do nudismo, o que seria mais tarde oficializado como naturismo. Foi internada em hospitais psiquiátricos com diagnóstico de esquizofrênica e assassinada no mar, próximo à Ilha do Sol, onde morava e viria a ser a primeira área exclusivamente naturista do Brasil.


No princípio, éramos todos pelados.

Allison Ginadaio (Tek) por Máscaras Despidas - Nudifique!
Paraty RJ / Dez 2013

Nascemos sem roupa e retirar a roupa é como voltar às origens.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Nossa bandeira!

Nascemos sem roupa e retirar a roupa é como voltar às origens.
Não há nada vergonhoso em nossos corpos que nos obrigue a escondê-los. Roupas têm seu papel social, mas quanto mais lutamos para alcançar o padrão, sair das marginais sociais e fazer parte do miolo, do confundível, da massa homogênea, mais nos matamos, mais nos anulamos como seres singulares.


O sexo não é estar nu e estar nu não é fazer sexo.
Acreditamos no naturismo com respeito e consciência! Naturismo não é depravação nem provocação sexual! Acreditamos no poder da conexão de seres humanos com a natureza e no poder da aceitação de seus corpos e histórias. Acreditamos e por isso não deixaremos de lutar e expor os ensaios que possibilitamos, com pessoas comuns, fazendo coisas comuns, apenas se libertando e mostrando o quanto pode ser bom libertar-se!

Baixe a guarda de seus preconceitos, observe seu cotidiano criticamente! Não se esqueça que vivemos em um país que era primeiramente ocupado por povos que não cobriam o corpo todo e as roupas somente chegaram ao Brasil de fato com as populações europeias exploradoras e moralistas religiosas.

Viva a liberdade dos corpos!